domingo, 30 de outubro de 2011

Música de fundo


A velocidade com que informações são transmitidas de um ponto do globo ao outro é incrível ao pensamos no passado, o que trouxe impactos enormes para a indústria musical, bons e ruins (alguns aspectos sobre isso o Profeta Rocker, do blog A Bíblia do Rock, já discutiu bastante aqui e aqui). Um desses impactos é a crescente queda na venda de CDs. Atualmente, é mais fácil enfiar milhares de músicas no computador e passar para o iPod 64 GB do que comprar álbuns. Isso muda o modo como escutamos e valorizamos a música.

É inegável que reprodutores portáteis de MP3 ampliaram as possibilidades dos amantes da música. Pode-se ouvir um pouco de Janis enquanto está no ônibus, um pouco de Iron na fila do banco, algo de Angra enquanto espera o namorado(a) atrasado(a), levar as melhores vozes de Ópera numa viagem longa, enfim, inúmeras novas formas de ouvir música. Mas, será que estamos mesmo apreciando a música como deveria?

Confesso que de vez em quando coloco algo para tocar só para preencher o silêncio, sem prestar real atenção ao que entra nos meus ouvidos. Não vejo muito mal nisso, afinal, é difícil encontrar tempo para dar o devido reconhecimento a todas as músicas que ouvimos. O problema é quando só escutamos assim.

Para algumas pessoas, todos os filmes, livros, músicas, programas de TV, trabalho, poderiam ser desfrutados apenas pelo computador. E isso acontece bastante com a música. Baixar uma faixa, álbum, ou até mesmo comprar, via internet não é algo difícil, podemos fazer isso com vários no mesmo dia. Essa facilidade faz com que aqueles álbuns não sejam tão valorizados, portanto não são absorvidos, acabam virando música de fundo para o que quer que o ouvinte esteja fazendo.

 Nós tendemos a valorizar mais o que é palpável, diferente dos bits da vida. Tenho um carinho especial pelos meus CDs, que são poucos, pois representam, para mim, o real trabalho do artista. Acredito que a arte do álbum, o encarte, fazem parte da obra, e sem o CD não podemos fruir totalmente da produção dos artistas. Porém, tento ao máximo não diminuir o prestígio pelos álbuns que só se encontram na forma de bits no meu computador e celular. Esse é o cuidado que devemos ter, para a música não acabar sendo algo superficial.

OBS: Esse post foi baseado num dos Blogs do Além, o do Jim Morrison